O cão é considerado um importante reservatório do parasita pela sua proximidade com o homem e constitui o principal elo na cadeia de transmissão de Leishmaniose visceral nas zonas urbanas. Há outros animais silvestres que podem servir de hospedeiros intermediários desta doença, mas é impossível pegar a doença por contato direto com esses animais.
A Leishmaniose não é transmitida através de lambidas, mordidas ou afagos. O contágio ocorre somente através da picada da fêmea infectada do “mosquito palha”.
Principais sintomas
O aparecimento dos primeiros sintomas da Leishmaniose, após a transmissão pela picada do “mosquito palha”, pode demorar semanas ou até alguns anos; cerca de 20% dos animais infectados podem nunca manifestar sintomas. A maioria dos animais aparenta estar saudáveis na época do diagnóstico clínico, mas quando desenvolvem a doença podem apresentar os seguintes sintomas:
* Apatia (desânimo, fraqueza, sonolência);
* Perda de apetite;
* Emagrecimento rápido;
* Feridas na pele, principalmente no focinho, orelhas, articulações e cauda (que demoram a cicatrizar);
* Pelos opacos, descamação e perda de pelos;
* Crescimento anormal das unhas (onicogrifose) com o avanço da doença;
* Aumento abdominal (“barriga inchada” pelo aumento do fígado e do baço);
* Problemas oculares (olho vermelho, secreção ocular);
* Diarreia, vômito e sangramento intestinal.
Diagnóstico
Ainda não existe um método de diagnóstico que seja 100% específico para identificação da Leishmaniose visceral canina. Porém, a associação dos vários métodos disponíveis permite a obtenção de diagnósticos com boa sensibilidade e especificidade. Ao observar que seu animal está com sintomas que podem ser indicativos de Leishmaniose, é importante que você consulte um veterinário de sua confiança o mais rápido possível.
O diagnóstico da Leishmaniose é complexo e requer a realização de vários exames laboratoriais associados ao exame clínico para se chegar a um resultado definitivo. Geralmente, são realizados exames iniciais de triagem, chamados exames sorológicos (ELISA e RIFI) e depois devem ser solicitados os exames parasitológicos ou moleculares para confirmar a infecção. Não existem métodos de diagnóstico que sejam 100% confiáveis.
Portanto, recomenda-se:
* Utilizar sempre mais de um método diagnóstico durante o exame de um animal suspeito de estar com Leishmaniose visceral canina, pois o uso isolado de determinada técnica pode dar margem à ocorrência de falsos negativos ou falsos positivos.
* Peça ao veterinário que acompanhe a etapa de coleta do material para garantir que a mostra seja adequadamente coletada e conservada, e que seja enviada a um laboratório credenciado e de confiança.
* Sempre realizar um exame parasitológico ou molecular para confirmar a infecção.
Como você pode ajudar?
Como a Leishmaniose visceral canina é uma doença grave e seu tratamento é complexo, a prevenção é a estratégia mais recomendada para o controle dessa doença.
O controle do inseto transmissor é considerado a melhor opção na luta contra a doença, segundo a Fundação Nacional da Saúde.
Cuidado com áreas de potencial contágio
Os donos dos cães devem observar alguns cuidados em áreas úmidas ou de decomposição de lixo:
* Evitar acúmulos de lixono quintal e descartar o lixo adequadamente: é uma maneira de contribuir para a saúde do meio ambiente e ao mesmo tempo evitar a proliferação dos mosquitos.
* Manter o ambiente do cão, o quintal ou a varanda sempre limpos, livre de fezes e acúmulo de restos de alimentos e folhagens.
* Manter a grama e o mato sempre cortados, com retirada de entulhos e lixo, evitando a formação de uma fonte de umidade e de matéria orgânica em decomposição.
* Utilizar spray repelentes ou inseticidas ou cultivar plantas com ação repelente, como a citronela ou neem, no ambiente.
Medidas para proteger o seu cão da leishmaniose visceral canina
* Vacine o seu cão anualmente com vacinas específicas para a Leishmaniose.
* Utilize coleiras impregnadas com inseticidas ou produtos com solução em gotas aplicadas topicamente de ação prolongada, que devem ser reaplicados a cada mês, inclusive ao transportar os animais para outras regiões
* Evite passeios com o seu cão no final da tarde e início da noite, que é o horário de maior atividade do mosquito palha
* Use telas de malha bem fina no canil ou na casinha do cachorro, nas portas e janelas de sua casa
* Utilize plantas com ação repelente a mosquitos (como citronela e neem)
* Manter o abrigo do seu cão sempre limpo, sem fezes ou restos de alimento.
FONTE: WSPA - Sociedade Mundial de Proteção Animal
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